Envelhecimento da população brasileira acelera nos últimos anos
Novas projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam um acelerado envelhecimento da população brasileira. Em 2070, o Brasil terá três pessoas com mais de 60 anos para cada habitante com até 14 anos, o equivalente a 37,8% da população. Entre os idosos com mais de 80 anos, o percentual da população chegará a 11,4%. Ou seja, um em cada dez habitantes terá 80 anos ou mais.
Isso significa que, nos próximos 45 anos, teremos uma gradativa redução da população economicamente ativa, o que vai gerar novas pressões no sistema previdenciário do país, pois teremos menos pessoas contribuindo para a Previdência Social e mais gente dependendo dela.
“É muito provável que, em breve, teremos uma nova Reforma da Previdência, dada a velocidade de mudança na estrutura etária da população brasileira. Haverá um contingente cada vez maior de idosos dependente do sistema previdenciário, de serviços e de políticas públicas que atendam as demandas desta população”, alerta Rodrigo Sisnandes, Diretor-Presidente da Fundação Família Previdência.
Na balança da estrutura etária da população pesam alguns fatores fundamentais como taxa de fecundidade e a longevidade. No Brasil, a taxa de fecundidade é de 1,57, abaixo do nível ideal que é 2,1 filhos por mulher. Em contrapartida, estamos vivendo cada vez mais, com uma expectativa de vida ao nascer de 76,4 anos, em 2023.
De acordo com o IBGE, com menos pessoas nascendo, a população brasileira começará a diminuir a partir de 2042. O pico ocorrerá em 2041, quando o país chegará a 220 milhões de habitantes e cairá até 199 milhões, em 2070. O Rio Grande do Sul atingirá o pico populacional mais cedo, em 2026, com 11,2 milhões de habitantes e, a partir de 2027, a população do Estado começará a diminuir, chegando a 9,1 milhões, em 2070, conforme as projeções do IBGE.
“O fato é que, dentro de poucos anos, teremos uma população idosa muito significativa e uma menor força de trabalho nas faixas etárias mais jovens para financiar a Previdência Social. Nosso desafio é oferecer serviços voltados para o bem-estar do público mais idoso. Nesse contexto, a previdência complementar é uma solução rentável e segura que proporcionará mais qualidade de vida para esta parcela da população. Hoje, estamos construindo, junto à PREVIC, ABRAPP e outras entidades da sociedade civil, um plano de fomento da previdência complementar, com o objetivo de disponibilizar esse serviço para um contingente maior de brasileiros”, afirma Sisnandes.
Hoje a cobertura da previdência complementar chega a apenas 4 milhões de brasileiros, considerando os planos ofertados pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar, o que gera uma folha anual de R$ 101 bilhões em benefícios ao ano. A Fundação Família Previdência administra uma folha anual de R$ 800 milhões para 8.800 aposentados e pensionistas.
“Nosso sistema tem muito espaço para crescer e garantir sustentabilidade previdenciária a novos segmentos da população para que não dependam exclusivamente da previdência pública. Empresas e entidades associativas podem ofertar planos previdenciários a seus empregados e associados para que eles possam consolidar uma fonte de renda alternativa a fim de suprir as necessidades e desafios da longevidade”, destaca Sisnandes.