3ª Jornada Financeira debate conjuntura econômica e estratégias de investimentos
Um panorama sobre a conjuntura econômica e política nacional e internacional e as perspectivas para investimentos foram os principais temas abordados na 3ª Jornada Financeira, uma iniciativa da Fundação CEEE em parceria com o SENGE-RS. Mais de 50 pessoas prestigiaram o encontro realizado na noite do dia 05 de abril no auditório do sindicato. Os consultores de investimentos da Fundação CEEE, Bernardo Baggio e Matheus Gonzales apresentaram um balanço dos principais mercados, as possibilidades de crescimento econômico no curto prazo, o comportamento das taxas de juros, do câmbio e da política econômica nos Estados Unidos, Europa, China e Brasil.
O vice-presidente do SENGE-RS, Luiz Alberto Schreiner e o presidente da Fundação CEEE, Rodrigo Sisnandes Pereira abriram o evento, destacando a oportunidade de debater temas que auxiliam na tomada de decisão de investidores, contribuindo para a educação financeira dos associados do sindicato e dos participantes da Fundação CEEE. Sisnandes apresentou alguns números do Plano SENGE Previdência que já acumula um patrimônio de aproximadamente R$ 4 milhões. O plano aberto para adesão de associados do sindicato e de entidades conveniadas é uma solução de investimento de longo prazo, não apenas para fins de aposentadoria. A analista comercial da Fundação CEEE, Karina Fortes, fez um comparativo entre os planos administrados por bancos e fundos de pensão. Por serem entidades sem fins lucrativos, os fundos de pensão entregam retornos mais robustos para seus participantes. O SENGE Previdência, por exemplo, rentabilizou 174% nos últimos dez anos, contra 90% de rentabilidade média dos planos de previdência oferecidos no mercado por bancos.
Conjuntura econômica
O gerente de investimentos da Fundação CEEE, Bernardo Baggio destacou a tendência de crescimento robusto da economia mundial, mas com alguns sinais de alerta, sobretudo por conta dos riscos de guerra comercial entre Estados Unidos e China e seus impactos na economia global. Segundo ele, haverá uma alta dos juros nos EUA, mas fica a dúvida da sua intensidade e quanto isso pode afetar a entrada de investidores no Brasil. Na Europa, a atenção maior fica no campo político, principalmente na Itália, com relação à formação do governo, e pelas ameaças de greve na França. Na China, o desafio é atingir a meta de crescimento estabelecida em torno de 6,5%.
No Brasil, o crescimento econômico segue a passos lentos, mas a liquidez, o crescimento global e o aumento dos preços das commodities estão auxiliando o País. A dúvida é até quando, frisou Baggio. A inflação segue em baixa e a tendência de queda dos juros pode aumentar o nível de consumo das famílias. Entretanto, o nível de desemprego ainda preocupa, apesar da queda da taxa de desocupação que foi de 12,6% no trimestre encerrado em fevereiro, enquanto no mesmo período do ano passado era 13,2%, o que está ocorrendo é um aumento de trabalhadores informais. A principal incerteza fica no campo político a respeito de quais lideranças vão assumir de fato a disputa presidencial e se o novo governo conseguirá formar maioria para aprovar as reformas pendentes.
Estratégias de investimentos
Com as informações disponíveis no mercado, relativas ao comportamentoda economia e considerando as influências dos fatores políticos, a Fundação CEEE compõe suas carteiras de investimentos com ativos em diversos segmentos, principalmente em renda fixa e renda variável. Em sua apresentação, o consultor Matheus Gonzales salientou que a entidade faz a gestão do ativo orientada pelo passivo, avaliando as possibilidades de investimento em função das necessidades de desembolso de recursos na forma de benefícios a seus participantes. O mesmo raciocínio pode ser seguido pelo investidor, definindo o portfólio de investimentos de acordo com objetivos de curto, médio e longo prazo. As metas para aplicar os recursos devem visar retornos reais, acima da inflação. Na renda fixa, por exemplo, um dos principais ativos são as NTNB-s que são títulos públicos federais indexados à inflação. Gonzales apresentou uma estratégia simples: investir em dólar e CDI no curto prazo, bolsa de valores e títulos indexados à inflação para médio e longo prazo e previdência privada no longo prazo.