4º Seminário Caminhos para o Futuro coloca previdência complementar em pauta.
Você já pensou no valor do seu amanhã? Como garantir um futuro com manutenção dos níveis de consumo que possui hoje e proporcionar um melhor aproveitamento da vida, cada vez mais longa? Como ajustar a balança entre o quanto é necessário poupar, sem abrir mão de realizar sonhos no presente, mantendo a sustentabilidade e o conforto na sua vida após a carreira profissional? Para responder estas questões, a Fundação CEEE trouxe dois especialistas em economia e finanças pessoais que participaram da 4ª edição do Seminário Caminhos para o Futuro, realizada no dia 31 de agosto, em Porto Alegre. O tema não podia ser mais oportuno, quando se discute a reforma da previdência e a necessidade de investir em novos mecanismos de proteção social como os planos de previdência privada.
Hoje, ser previdente e investir no futuro é uma necessidade, porque as pessoas estão vivendo mais tempo e precisarão de mais recursos para cobrir as demandas da longevidade. O aumento da expectativa de vida é uma ótima notícia, mas traz consigo um desafio: com que recursos viveremos os anos que estaremos fora do mercado de trabalho, sabendo que a aposentadoria pública oferece uma remuneração básica para seus segurados?
Dos atuais 20 milhões de aposentados pelo INSS, cerca de 13 milhões recebem um salário mínimo. Segundo projeções do IBGE, em 2060 haverá 63 idosos para cada 100 pessoas da população economicamente ativa. Atualmente, a relação é de 21 idosos para cada 100 pessoas. Ou seja, em 2060, teremos o triplo de pessoas com mais de 65 anos, dependentes de uma previdência pública que hoje já demonstra pouca capacidade de pagamento.
No entanto, o sistema de previdência complementar no Brasil cobre em torno de 7 milhões de pessoas, entre participantes e dependentes, uma parcela ainda muito pequena da população. Portanto, há um grande potencial de crescimento deste importante instrumento de formação de poupança de longo prazo, que está se tornando uma necessidade para as pessoas que desejam uma aposentadoria mais segura.
Sistema multipilar de previdência
“Nossa vida de consumo é maior que nossa vida de trabalho”, com esta constatação, o primeiro convidado do Seminário Caminhos para o Futuro falou sobre como alguns países europeus estão lidando com a questão previdenciária. Doutor em Economia pela Universidade de Stirling, Bernardo Nunes, apresentou o sistema multipilar de sustentação das finanças pessoais durante a aposentadoria. O primeiro pilar, representado pelo Estado, o segundo, estruturado pelas iniciativas de previdência privada, patrocinados por empresas e contribuições de trabalhadores e, o terceiro, alicerçado nas iniciativas individuais de investimento. De acordo com Nunes, o segundo pilar é o caminho para as pessoas investirem, utilizando mecanismos automáticos de adesão através das empresas onde trabalham. Segundo ele, é difícil transformar o conhecimento financeiro que muitas pessoas possuem em comportamento financeiro. Ter consciência da necessidade de poupar e investir não significa que de fato vamos tomar atitudes para atingir esses objetivos. Decisões automáticas e simples, em contrapartida, podem garantir um futuro mais gratificante após o trabalho.
Adeus, aposentadoria
“Esqueça tudo que você aprendeu sobre aposentadoria”, a frase de abertura da palestra do consultor Gustavo Cerbasi é provocativa, mas aponta para a responsabilidade que temos com nosso próprio futuro tomando atitudes no presente. Maior referência em inteligência financeira do Brasil, Cerbasi é especialista em Finanças pela Stern School of Business, da New York University e pela Fundação Instituto de Administração. Ele defende que é possível investir no futuro sem sacrificar sonhos no presente e ainda começar uma carreira empreendedora que garantirá novas fontes de renda na “aposentadoria”. “Por que não colocar em prática algo que tenha significado que pode se transformar em negócio?”, questiona. Para ele, aposentadoria não é o fim da linha, mas o início de uma etapa de criação de renda e de patrimônio. Há um encarecimento natural da vida conforme aumenta a idade das pessoas. Para manter o bem-estar, a solução não é cortar gastos, mas investir no conhecimento e buscar fontes de renda que vão suprir as necessidades atuais e do amanhã. Cerbasi afirma que as pessoas precisam se preparar para uma carreira mais longa, educando-se para o trabalho, educando-se para investir e educando-se para empreender.
Investimento de longo prazo
Construir essa consciência passa pela formação das novas gerações através de mecanismos de educação financeira e previdenciária para que os jovens se preparem para uma longa jornada. Nesse contexto, as organizações têm um papel importante, como incentivadoras da poupança previdenciária, inserindo planos desta natureza no pacote de benefícios, uma forma de participar ativamente no planejamento do futuro de seus colaboradores e associados.
Em um ambiente de crise econômica e de transformação dos sistemas de proteção social, o caminho para instituições de previdência complementar é ofertar soluções inteligentes, rentáveis e acessíveis a parcelas maiores da população. Nesse sentido, a Fundação CEEE colocou em seu planejamento estratégico o crescimento do setor, oferecendo produtos modernos, adequados às necessidades de instituições preocupadas com o futuro de seus empregados e associados.
Um desses produtos é o Família Previdência, plano aberto para adesão de empresas e entidades de todos os segmentos e que permite o ingresso dos familiares dos participantes, ampliando a cobertura previdenciária para as pessoas mais próximas e queridas. A Fundação CEEE tem como objetivo olhar para o futuro de uma maneira diferente, colaborando para que as pessoas possam escolher, hoje, um amanhã cheio de opções, com recursos financeiros que contribuirão para manter e até mesmo aumentar seu padrão de vida.